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Foto do escritorJefferson W. Santos | Ad Astra

A Segurança nas atividades logísticas

Atualizado: 20 de jan.




O artigo que segue oferece reflexões sobre Segurança em aspecto e em contextos mais amplos. Ultrapassa os paradigmas concernentes a incêndios, invasões, subtração de produtos, de itens ou de patrimônios.


Estas reflexões consideram um formidável universo de edificações, veículos, máquinas, estruturas, itens e pessoas que compõem a dimensão operacional e executiva da Logística e, em espacial, a Supply Chain (Cadeia de Suprimento).


Entendendo-se a Logística como sendo uma dimensão conceitual e gerencial que envolve a entrega de um bem ou de um serviço da forma, tempo e condições que o cliente tem expectativa de obter ao procurar uma empresa ou uma organização, há que se considerar que esse algo que o cliente quer na forma de um produto (bem ou serviço) iniciar-se-á com um insumo que sofrerá um processo de transformação e será entregue ao cliente finalístico. Todo esse formidável aparato ocorre de forma fluida, eficiente e segura quando subordinada a uma gestão estratégica de excelência, sob a égide do que se convenciona ser a Supply Chain Management (SCM) ou Gestão [estratégica] da Cadeia de Suprimentos.


Essa “caminhada” inicia-se em um insumo que será entregue para ser transportado (veículos e modais de transportes), acondicionado (embalagens) no interior de uma edificação (armazéns, prédios e correlatos), transformado (fábricas, empresas de pequeno porte, salões, clínicas, hospitais, etc.) e entregue ao cliente (telecomunicações, transporte, veículos, edificações, lojas, shoppings centers, etc.). Portanto, esse colossal universo de elementos diversos entre si requer estar “acomodado” em ambiente seguro, ambiente livre de acidentes, de intempéries climáticas, de furtos, de sinistros etc.


Por esta linha, para se apresentar reflexões com algum grau de propriedade e pertinência, informo que as considerações que seguem são fruto de estudos e de experiências práticas amparadas em minhas atividades como piloto em mais de 16 tipos de aeronaves diferentes (recebendo, transportando e entregando itens), gestor de equipes multifuncionais em organizações militares e em conjunto com órgãos diversos do universo do sistema de administração pública (em especial em apoio a campanhas de vacinação e em mitigação de calamidades públicas) e além de operador logístico em apoio à atividade aérea. Destarte, são reflexões surgidas, nutridas e maturadas ao longo de processos de investigações de causas de acidentes aeronáuticos e de trabalho.


À guisa de introdução ao assunto, duas perguntas servirão de base para o entendimento do conteúdo que segue:


· Qual é o grau de conhecimento acerca de SEGURANÇA que as pessoas que trabalham na sua empresa ou organização possuem?


· Qual é o grau de que o elenco de profissionais em sua empresa possui para o enfrentamento e eliminação de RISCOS, ou sua mitigação quando sinistros ou eventos adversos ocorrerem?


Considere-se, portanto, que a segurança é uma realidade na vida das pessoas que absorve as dimensões social, econômica e profissional.


Estar seguro é uma sensação que advém da certeza de que pessoas e patrimônios estão resguardados e protegidos quando ocorre a adversidade.


Considerando-se o foco e a preocupação sobre Segurança em qualquer das fases, elementos e itens, edificações, veículos e estruturas operacionais que compõem o SCM são correlatos à:

· proteção em relação à integridade física de pessoas, equipamentos e patrimônio;

· preservação da saúde e das condições de higiene;

· ausência de riscos de acidentes de trabalho;

· ausência de riscos de acidentes com veículos, equipamentos, estruturas e áreas internas e externas de edificações;

· proteção das pessoas contra os riscos causados pelo meio ambiente (ambiência) advindos de condições inseguras ou por atos culposos de qualquer agente (negligência, imprudência, imperícia – quando ocorram atos inseguros);

· proteção de pessoas e do patrimônio por meio dos processos ligados às atividades laborais comuns em empresas, organizações e residências; e

· avaliação de variáveis internas (microambiente) e a prevenção de acidentes.


Para se auxiliar na reflexão, traz-se para o contexto uma análise sobre a ADVERSIDADE. Considera-se a ocorrência de um acidente, uma subtração de bens ou de itens patrimoniais, de um sinistro ou mesmo de um ato de sabotagem ocorrendo mesmo quando medidas de proteção regulares e previstas em manuais foram adotadas de forma correta.


Portanto, no contexto da ADVERSIDADE tem-se os agentes adversos, os eventos adversos e fatores adversos.


Quanto aos agentes adversos eles tem como origem, normalmente, o ambiente externo da empresa. São pessoas cuja classificação poder variar de meliante a criminoso e que podem subtrair bens, destruir ou danificar instalações ou até mesmo contaminar água em reservatórios. A amplitude do dano pode variar em função das intenções prévias.


Por outro lado, podem também constar do ambiente interno da empresa: funcionários insatisfeitos, ou com deficiência de treinamentos ou, ainda, usando equipamentos insuficientes, inadequados ou com pouca manutenção preventiva também constituem o mesmo elenco de agentes adversos.


Quanto aos eventos adversos estes se caracterizam por serem oriundos de enchentes, de alagamentos, de erosões ou de acomodações do solo, de incêndios naturais causados por grama ou capim ressecados (comuns em climas com reduzida umidade do ar).


Já os fatores adversos por sua vez buscam focar o efetivo quando se verifica a insuficiência de capacitação, treinamento, inadequada quantidade e manutenção de equipamentos, aspectos ligados à ergonomia e quando não observados parâmetros adequados para ambientes em operação e atividades seguras.


Ainda sob o contexto dos fatores adversos temos os RECURSOS dos quais se evidenciam (por sua quantidade na SCM e alto valor a ser assegurado):

· os ARMAZÉNS ao se considerar a área interior e os arredores (prédios, casas, outros armazéns, demais instalações prediais etc. Neste particular, a atenção e os cuidados também devem considerar a acessibilidade em termos que qualidade e de segurança das vias que levam pessoas e veículos às instalações;

· veículos; e

· equipamentos (elevadores, guindastes, gruas, esteiras, empilhadeiras etc.).


Diante das breves considerações acima e à guisa de uma introdução a tão vasto e importante assuntos, resta uma pergunta essencial ao leitor:

ü Quais seriam as soluções para se ampliar a Segurança?


Em primeiro lugar, o reconhecimento da prevenção da Segurança como fator essencial a uma segura e eficiente SCM. Esse reconhecimento tem que permear todos os níveis gerenciais e executivos da empresa. Também convém constar como se fora um “mantra” que avance e se impregne ao lado de cartazes e sinais equivalentes aos da Segurança no Trabalho.


O segundo passo é estabelecer procedimentos para avaliação periódica não só dos conhecimentos coletados e agregados por toda força de trabalho como, também, por clientes e por funcionários terceirizados ou de empresas parceiras. Enfim, todos que trabalham e habitam os espaços internos e adjacentes de edificações comuns na SCM.


Uma vez estabelecidos os procedimentos para se avaliar o grau de conhecimento e de comprometimento para com a gestão da Segurança na empresa ou na organização, à luz das doutrinas operacionais comuns ao SCM, segue-se o terceiro passo:


- A inclusão de doutrinas nos assentamentos das diretrizes gerencias da empresa, nas normas setoriais e divisionais e na inclusão de “check list” com acesso e leitura regular compulsórios por parte dos profissionais e demais elencos de pessoas a trabalharem e transitarem no âmbito dos espaços operacionais onde a SCM se desenvolve.


Apesar de parecerem poucos ou simples, tais passos foram aplicados e testados, com sucesso, nos processos e atividades das organizações nas quais tivemos oportunidade de liderar ou ser responsável por atividades em conjunto com outras organizações públicas e privadas.


O tema SEGURANÇA é amplo, denso e complexo e deve fazer parte do dia a dia dos trabalhos de qualquer empresa ou organização.


Enfim, espero ter contribuído com as reflexões acima apresentadas.


Segurança e sucesso a todos.






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(*) O autor é Coronel Aviador da Aeronáutica (Reserva); bacharel em Ciências Aeronáuticas e Administração de Empresas, possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV Brasília, Pós-graduação em Segurança e Defesa Hemisféricas pelo Interamerican Defense College (Washington – USA), Mestrado em Ciências Aeroespaciais na Universidade da Força Aérea (Rio de Janeiro- RJ) e Mestrado em Segurança e Defesa Hemisféricas pela Universidad del Salvador e Interamerican Defense College. Piloto Civil pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil – Cód 138 480).

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