O conteúdo do presente artigo serve para o entendimento da prevenção do RISCO nas atividades administrativas e operacionais em armazéns, depósitos, Centros de Distribuição e similares de mesma destinação.
Para um melhor entendimento do material exposto sugiro a leitura do artigo de minha autoria publicados anteriormente: “REASON's reasons”.
Qualquer atividade humana: privada, pública ou comercial oculta oportunidades latentes para o surgimento do RISCO.
Esteja você em suas atividades privadas em sua casa, no condomínio onde mora ou na empresa onde você trabalha, a ocorrência de eventos adversos permite o RISCO é uma realidade.
Os RISCOS levam a acidentes. Também resultam em PERDAS e dentre estas destacam-se:
o sinistro (perdas de vida, de material e de patrimônio);
a interdição (da empresa ou partes dela);
a depreciação ou mesmo perda total do patrimônio privado ou empresarial (do valor do negócio) -recursos financeiros para cobrir indenizações ou pagamentos de multas, ou extravio ou supressão de patrimônio físico das empresas;
O foco do RISCO neste artigo será a atividade logística em armazéns, em depósitos e similares. Nestes ambientes as tarefas mais comuns são o recebimento, a guarda, a segurança e o despacho de alimentos, de bens e de outros produtos físicos.
A maior parte dessas funções ocorre em âmbito interno desse tipo de empresa. Consideram-se, além da área interna predial, as áreas circunvizinhas (pátios, estacionamentos, áreas de estoque externos, áreas de manutenção de equipamentos e de veículos, de guarda de material sensível e de contra incêndio etc.).
O contexto deste amplo cenário é composto por:
Pessoas;
Instalações (alvenaria, elétricas, hidráulicas etc.);
Equipamentos/veículos;
Mobiliário; e
Equipamentos.
O desempenho das atividades operacionais e administrativas para cumprir os objetivos e as metas da empresa ocorre em obedecimento a diretrizes, a normas setoriais, a checklists ou qualquer outro tipo de documento normativo definido pela direção da empresa como padrão de uso e de acatamento. Esse elenco normativo é a base para a formação das barreiras preventivas ao RISCO. (vide figura)
Ocorre que as atividades, ainda que em maioria ocorrendo no âmbito interno da empresa, são dependentes de fatores do âmbito externo, quais sejam, o provimento regular e de qualidade de energia elétrica, de serviços de telecomunicação, de meios de transporte e de mobilidade (urbana ou rural), além de serviços de segurança pública e de saneamento de redes de esgoto e pluvial.
Ambos os cenários têm a presença dos agentes e dos eventos adversos que são, por natureza, os focos latentes do RISCO.
Do cenário externo destacam-se, com mais frequência, meliantes, invasores ou, até movimentos sociais invadindo espaços no âmbito interno da empresa.
Como se precaver da ação desses entes adversos?
Já quanto ao cenário interno, os funcionários da empresa ou os das eventuais empresas terceirizadas também têm o potencial de serem, de forma consciente ou não, agentes adversos.
O fato é que quando a perda ou o sinistro ocorrem, eles seguem o percurso de risco latente até a perda consolidada. Isto é permitido pela falta de medidas preventivas adotadas em tempo oportuno.
Para o melhor entendimento da proposta deste artigo, observe-se as considerações de James Reason (vide o artigo “REASON’s reasons”) o que concerne a dois fatores:
O primeiro fator são as CAUSAS LATENTES que são oriundas de:
atitudes inseguras de funcionários; ou
fatores existentes nos locais de trabalho que propiciam o RISCO; ou
em um nível mais acima, oriundos de fatores de âmbito organizacional que são frutos de políticas adotadas pela alta direção, por imposições legais impostas por órgãos públicos ou agências reguladoras ou mesmo empresas privadas.
O segundo fator diz respeito às quebras das defesas que são fruto de descumprimentos, deliberados ou não, de normas, de diretrizes, de doutrinas ou de documentos normativos com destinações similares.
Essas defesas são construídas pelas empresas como resultado de imposições legais ou trabalhistas (órgãos públicos, agências reguladoras etc.), lições aprendidas de eventos adversos anteriores ocorridos na empresa, trocas de experiências com empresas correlatas, pesquisas e leitura de periódicos ou publicações especializadas ou, ainda, por orientação de consultorias especializadas.
Algumas defesas valem a pena ser notabilizadas:
Processos de Recrutamento e de seleção;
Treinamento, mentoria e desenvolvimento da força de trabalho;
Comprometimento dos funcionários com os objetivos e com a segurança organizacional;
Processo de comunicação disseminado em todos os níveis setoriais;
Manutenção e disponibilidade de equipamentos de proteção individual e coletiva;
Colocação de sinalizadores e demais recursos de advertência e de orientação;
Manutenção periódica de equipamentos, de veículos, de instalações prediais e da infraestrutura crítica predial;
Estímulo aos briefings de alinhamento e de participação dos funcionários com informações e outros tipos de contribuição etc.; e
Atendimento rigoroso às normas reguladores de segurança e demais legislações e diretrizes impositivas exaradas por órgãos públicos, agências reguladoras entidades correlatas.
Vale relembrar que o foco desta narrativa é o indivíduo como potencial agente adverso na deflagração do RISCO LATENTE que culmina na perda ou no sinistro.
Este artigo introduz o leitor no universo da gestão do risco desconsiderando as técnicas de mensuração de risco. As soluções preventivas, independente dos graus de riscos atribuídos a cada fator devem ser objeto central de atenção.
As atividades no ambiente logístico nas funções de armazenagem, na guarda e na disposição de bens e de produtos para a entrega ao cliente intermediário ou finalístico- formam um amplo cenário propício à deflagração do risco, mercê dos eventuais esforços preventivos que a direção da empresa, gestores e líderes adotarem.
O aprofundamento da pesquisa e do conhecimento dos métodos de prevenção de RISCOS é a única maneira de se obter êxito. Ações antecipativas e não reativas são a chave do sucesso.
Em artigo próximo serão apresentadas considerações acerca da interação do funcionário em interfaces que propiciam os “atritos” operacionais por intermédio dos quais os vetores adversos se multiplicam e se adensam. Nesta ocasião serão apresentadas considerações definidas pelo modelo SHELL, introduzidas no artigo:
O MODELO SHELL na prevenção do RISCO organizacional
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