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OS RISCOS PSICOSSOCIAIS EM EMPRESAS LOGÍSTICAS

  • Foto do escritor: Jefferson W. Santos | Ad Astra
    Jefferson W. Santos | Ad Astra
  • 15 de ago.
  • 3 min de leitura

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O setor logístico brasileiro vive hoje um momento crítico marcado pela convergência de pressões regulatórias, desafios humanos e turbulências econômicas que afetam diretamente a produtividade e a segurança operacional das empresas.

 

O advento da Reforma Tributária, as novas exigências da NR 01 — incluindo-se os riscos psicossociais —, e o acesso antecipado ao FGTS por parte dos colaboradores impactam-lhe negativamente o desempenho funcional criando um ambiente altamente sensível.

 

Diante disso, torna-se indispensável uma abordagem preventiva, sistêmica e integrada para mitigar riscos que para muitas empresas, sobretudo as de pequeno e de médio portes, que poderão não ter “fôlego” financeiro, pessoal e estrutural para garantir a compliance exigida."

 

Exemplificando-se problemas recorrentes nos ambientes logísticos que, também, contribuem para existência do Risco Operacional, tem-se:

  • Problemas de comunicação entre equipes e setores;

  • Problemas de interação de funcionários com recursos e sistemas comumente utilizados;

  • Problemas da ambiência operacional e da ergonomia de EPI´s e estações de trabalho; e

  • Influências do ambiente externo na eficiência e na produtividade dos indivíduos e equipes.

 

A prevenção e a mitigação desses desafios passam, necessariamente, por recursos disponíveis para se investir, antecipadamente, em:

  • Capacitação laboral:

A formação técnico profissional não está compatível com as demandas reais das empresas operadoras de logística.


  • Recompletamento ou ampliação de efetivo:

Sobram vagas nas empresas ao mesmo tempo que o acesso a auxílios financeiros do governo desestimulam muitos profissionais lutarem por vagas no mercado de trabalho.


  • Investimentos em treinamento ou complementação técnico acadêmica:

As restrições de ordem financeira e de gestão estratégica incipiente tornam-se evidentes sobretudo entre empresas de pequeno porte nas quais  a baixa quantidade de efetivo para retirar do expediente laboral um funcionário sênior para exercer a formação e a mentoria a um jovem profissional é praticamente impeditiva.


  • O aumento da Carga Tributária;

A majoração de preço dos insumos de produção reduz substancialmente a capacidade de as empresas promoverem melhorias e investimentos.

 

Os aumentos de preços impactam despesas de manutenção da vida vegetativa (água, luz, telecomunicações, esgotos etc.), despesas com limpeza e manutenção de itens e de equipamentos etc. e o aumento das despesas com insumos de produtividade.

 

Por fim, o recém acesso de funcionários a resgates antecipados do FGTS -via empréstimo consignado com seus juros escorchantes- tem impactado a concentração os desempenhos e a produtividade de funcionários com problemas financeiros ou endividados.

 

Convém, ainda, considerar os aspectos e os fatores por intermédio dos quais o funcionário incide em erros ou violações de POP que, mais adiante contribuem para o Risco Operacional. São eles:

  • Humanos: causados por falhas, lapsos, distrações ou violações de procedimentos adotados pelas empresas (POP, NR, ISO etc.);


  • Infraestrutura: presentes na estrutura física de prédios, solos de estacionamentos e áreas de entorno, problemas de estrutura física sanitária, conexões e estruturas elétricas e de telecomunicações.


  • Intempéries: chuvas, ventos, neve, granizo, acomodações de solo, deslizamentos etc.


  • Ordem social: depredação, roubos, invasões com subtração de patrimônio ou sabotagem ou danos deliberados causados por funcionários, terceiros (clientes, fornecedores, terceirizados etc.).


  • Impactos de origem regulatória ou origem governamental: Normas, Avisos, NR, aumentos tributários, multas, interdições parciais ou totais etc.

 

Todos esses desafios e restrições sempre existiram, contudo as empresas, mal ou bem, conseguiam se manter operacionais e competitivas também por ação e assessoria direta dos profissionais SST e integrantes das CIPAT.

 

Ocorre que a inserção dos Riscos Psicossociais previstos na atualização da NR 01 traz fatores dificultadores críticos para pequenas empresas com mais de 20 funcionários: a falta de recursos financeiros, de investimentos e de infraestrutura crítica e humana para cumprir as conformidades dos parâmetros levantados por profissionais na elaboração das entrevistas e dos questionários psicossociais (longe do dia a dia operacional) e dos resultados das entrevistas psicossociais sobre os funcionários.

 

Ambientes logísticos são muito diferenciados dos demais, sobretudo em função de, por natureza, apresentarem graus diferenciados de insalubridade, de ergonomia, de expectativas de desempenhos individuais frente às dos grupos, considerando-se os riscos de integridade física e patrimonial causados por violações individuais de POP´s ou por problemas de interação social e laboral desses indivíduos com os demais funcionários componentes de equipes e do efetivo da empresa, como um todo.

 

Trago à tona tal assunto por considerá-lo crítico para a sobrevivência da empresa nos mercados e os impactos sociais por eventuais ou consequentes perdas de empregos por interdições, cessação de atividades, sejam elas parciais ou definitivas.

 

Esse é um tema fundamental para a comunidade logística e urge debates e contribuições de profissionais e de proprietários de empresas. Obs: Artigo originalmente publicado na Revista eletrônica "Logística TALKS" - Ed 6 - pág 14 a 17 disponível no site: " https://wirnnaonline.my.canva.site/ltm-6a-ed-bilingue "

 

 
 
 

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