A Matriz de Risco e a não adesão colaborativa
- Jefferson W. Santos | Ad Astra
- há 2 dias
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Imagem AI Monica
Contexto: Armazenagem de Produtos Perecíveis em Câmara Fria
A participação dos funcionários em uma empresa em todas as fases da Gestão do Risco Ocupacional (GRO) além de saudável para a segurança é estratégica. Vale ressaltar que é uma imposição normativa prevista na NR 01, via de regra, não atendida por motivos variados.
Em circunstâncias específicas para a elaboração de uma Matriz de Risco, considere uma empresa de logística de armazenagem especializada em produtos perecíveis, como alimentos refrigerados, no qual o líder do setor de câmaras frias não liberou os operadores e estoquistas para participarem das reuniões com o TST na elaboração da Matriz de Riscos. A justificativa foi que o controle de temperatura e a rotatividade dos produtos exigiam a presença constante da equipe para evitar perdas e garantir a qualidade dos itens armazenados.
Como resultado, para dar consecução às suas responsabilidades normativas, o TST, ao realizar a análise de forma independente, identificou riscos relacionados à falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para baixas temperaturas, tais como luvas térmicas e roupas apropriadas.
Outros problemas tais como inadequada manutenção das portas de vedação das câmaras, que poderiam causar acidentes ou falhas no controle térmico, também foi verificada.
Sem poder buscar informações complementares acerca dessas falhas, o TST prosseguiu para dar conclusão às demais atividades do Programa de Gestão do Risco Ocupacional (PGR) ao qual a empresa lhe designou como principal responsável contudo sem enfatizar que os gerentes e supervisores setoriais lhe dessem apoio com a participação dos respectivos colaboradores.
Sua conclusão, registrada no Plano de Ação, determinou a aquisição imediata de EPIs específicos, a reparação das portas e a implementação de pausas regulares para os trabalhadores se aquecerem. Isso impactou diretamente o cronograma de movimentação de produtos, forçando o líder a ajustar as escalas de trabalho e pausar temporariamente algumas operações para realizar as adequações impactando diretamente a produtividade.
Essas soluções poderiam ter sido acordadas a partir da participação dos colaboradores, permitindo-lhes se antecipar às soluções buscando auxílio dos demais setores para aquisições e manutenções pertinentes.
São exemplos que comprovam que a busca de alinhamento às diretrizes compulsórias da GRO, em atendimento à NR 01 também serve para refinar as competências gerenciais de autonomia e de processo decisório não só de supervisores como dos demais colaboradores.
Já que a NR 01 veio para ficar, o mais sensato é se aproveitar estrategicamente de suas diretrizes impositivas para refinar a gestão estratégica em todos os níveis na organização.
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