“JÁ TEM GENTE VENDO ISSO!”
- Jefferson W. Santos | Ad Astra

- 5 de out.
- 4 min de leitura

Figura AI: Imagem 3 Google
Tenho ligado para as empresas para saber sobre a gestão do Programa de Gestão da Riscos (PGR). Quando me perguntam mais detalhes e prossigo, “Já tem gente vendo isto!” é a resposta comum.
Eu continuo perguntando: “Você ou alguém no seu setor já foram questionados sobre suas atividades e local de trabalho por um engenheiro de trabalho, por um ergonomista ou por um psicólogo organizacional?”. A resposta, normalmente é negativa. Ante a essa reposta eu complemento: “Então já tem gente vendo, mas não estão fazendo!”
“Como assim”? Me perguntam?
“Porque essas visitas e avaliações que eu lhe perguntei fazem parte das atividades essenciais para a Gestão do Risco Ocupacional (GRO), que é prevista pela NR-01.”
E prossigo: “Como o prazo do fim do período de adaptação, dado pelo MTE, para as empresas já está próximo de se encerrar (26 MAI 2026)- (e todas essas atividades requerem tempo e recursos de cada um dos setores a serem visitados), então provavelmente quem “já está vendo” pode estar atrasado em relação ao “está fazendo”! Sobretudo por vocês estarem próximos de fim de ano e do período de férias dos funcionários.”
As diretrizes impositivas da NR 01 REQUEREM GESTÃO ESTRATÉGICA.
As demandas do MTE para comprovação do atendimento dos requisitos da NR 01 são complexas e requerem ações integradas entre setores da empresa, cobrança e registro de ações. Portanto, as diretrizes impositivas da NR 01 REQUEREM GESTÃO ESTRATÉGICA. Somente os líderes, e não o funcionário TST -ou empresa contratada- terão condições de atender a esses requisitos impositivos que irão interferir na gestão e nos recursos dos setores da empresa.
A contextualização do diálogo acima:
O advento da atualização da NR 01 sobre os riscos psicossociais e condições ergonômicas de trabalho trouxe uma nova realidade e complexos desafios para as lideranças das empresas.
Os líderes agora terão que perseguir dois objetivos: o da produtividade e lucro e o da prevenção de acidentes ocupacionais, este mandatório, por força de lei, por imposição da NR 01.
O conhecimento
Esse grande e abrangente processo requer um conhecimento aprofundado das dinâmicas e dos processos de gestão da empresa e dos critérios e dos requisitos da NR 01 -e todas as NR subjacentes pertinentes às atividades da empresa. Esses conhecimentos são essenciais para não impactar a competitividade ou, até, ameaçar a sobrevivência da empresa.
Esse conhecimento sobre o arcabouço e demandas da NR 01 pode vir por intermédio de um técnico de segurança de trabalho (TST), do efetivo da empresa, ou de um técnico de segurança do trabalho contratado -ou uma empresa contratada cumprindo esse papel- para fazer a gestão do Programa de Gestão de Riscos Ocupacionais (PGR), previsto na NR 01.
A comunicação
Após esse conhecimento adquirido, os líderes devem se encarregar de repassar esse conhecimento para todas as lideranças setoriais e seus funcionários. Essa comunicação permite com que todo efetivo da empresa -onde cada funcionário é corresponsável pela gestão eficiente do programa de gestão de riscos de acordo com que estabelece NR 01- esteja preparado para a cogestão.
Os métodos
A adaptação de diretrizes
A partir dessa comunicação eles devem conhecer e buscar se aprofundar nos detalhes que são pertinentes a cada uma das respectivas atividades individuais e setoriais, por intermédio da consultoria e assessoria do TST.
As lideranças, então, devem dar as diretrizes adaptando as diretrizes já existentes na empresa para aquelas em que determina a inserção de todos os requisitos para a realização do Programa de Gestão de Riscos Ocupacionais (PGR) nos planos de ação e planos orçamentários de cada setor.
Outra Diretriz é a compulsoriedade de se registrar todas essas ações e deixá-las disponíveis para apresentação por ocasião de auditorias.
A adaptação das normas setoriais
A lideranças também devem orientar os líderes setoriais a adaptarem e atualizarem suas normas setoriais inserindo as demandas da NR 01 para a execução do PGR.
A adaptação dos POP
Descendo ao nível operacional de execução todas as atividades, todos os projetos, atividades e ações que sejam pertinentes à inserção devem ser realizados e mantidos registrados para apresentação aos auditores.
A abrangência dos impactos nas gestões setoriais
Esse programa é composto de duas principais etapas: o inventário de riscos e o plano de ação para mitigar ou prevenir os riscos levantados naquele inventário
O levantamento desses riscos é feito pelo TST, contudo, necessariamente deve contar com a ajuda e participação de todos os funcionários e das lideranças setoriais para, então, se inserir esses riscos levantados em uma matriz de risco para, em seguida, elaborar o Plano de Ação para prevenção ou mitigação de cada risco levantado nesse inventário e matriz. E a melhor forma do TST conseguir êxito nesse esforço é atuar junto com os líderes na definição do que sejam ações imediatas e as que podem aguardar intervenções.
Conclusão
Será que as lideranças já se atentaram para tais desafios?
Esses comentários são fruto de experiências que vivenciei como executor do Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (PPAA), um equivalente ao PGR (NR 01). Tive muitas dificuldades e insucessos em coordenar ações com os setores das organizações, pois sempre alegavam terem outras prioridades de ações e de alocações de recursos. As consequências daquelas negativas eram as não conformidades apontadas nas auditorias.
Acredito que muitas empresas, seus funcionários e lideranças ainda não atentaram para o colossal impacto que as diretrizes da NR 01 causarão em suas atividades, projetos e negócios. Essa mui complexa gestão é eminentemente estratégica e não apenas “um problema do TST”.
Esse é o principal desafio dos Líderes do Futuro -já imediato-.
Resta saber se eles já se atentaram para isso. #NR 01 #GRO #PGR #TST #LÍDERDOFUTURO



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